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O Que Fazer na Hora Que o Bicho Pega na Sua TI? Guia de Resposta a Incidentes Cibernéticos

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A descoberta de um ataque cibernético é um momento de crise intensa — mas não de pânico. A forma como a equipe de TI e a liderança executiva reagem nas primeiras horas é crucial para minimizar os danos, conter a ameaça e garantir a recuperação dos sistemas.

Este guia prático detalha os passos imediatos que sua equipe deve seguir, com recomendações adicionais para fortalecer a resiliência organizacional.

Fase 1: Contenção Imediata (Os Primeiros Minutos)

O objetivo primário é impedir que o ataque se espalhe e cause mais estragos.

1. Isolar o Paciente Zero (e Outros Infectados)

  • Desconexão Rápida: Isole imediatamente sistemas, servidores e endpoints comprometidos.

  • ⚠️ Atenção: Não desligue a máquina! Isso pode apagar evidências críticas na memória RAM. Apenas desconecte da rede.

  • Bloqueio de Contas: Suspenda ou redefina credenciais comprometidas.

2. Acionar o Plano de Resposta a Incidentes (PRI)

  • Notificação Interna: Quem detectou o ataque deve avisar o coordenador de resposta (CISO ou CIO).

  • Comitê de Crise: Inclua TI, Segurança, Jurídico, Comunicação e Alta Gerência.

💡 Boa prática: Tenha um runbook (manual de resposta rápida) com contatos, responsabilidades e fluxos de decisão já definidos.

Fase 2: Análise e Erradicação (Nas Primeiras Horas)

Com a contenção inicial feita, é hora de entender a natureza e o alcance do ataque.

3. Preservar as Evidências (Forensics)

  • Imagens Forenses: Crie cópias bit-a-bit de discos e memória.

  • Coleta de Logs: Preserve registros de firewall, IDS/IPS, servidores e aplicações.

4. Identificar o Vetor de Ataque e o Alcance

  • Como Entraram? Phishing, credenciais vazadas, vulnerabilidade não corrigida?

  • O Que Acessaram? Dados pessoais, financeiros, propriedade intelectual?

5. Erradicação da Ameaça

  • Limpeza: Remova malware, backdoors e ferramentas do invasor.

  • Correção: Aplique patches e feche brechas exploradas.

💡 Ferramentas úteis: SIEM (Security Information and Event Management), EDR (Endpoint Detection and Response) e scanners de vulnerabilidade.

Fase 3: Comunicação e Notificação (Quem Avisar?)

A comunicação deve ser rápida, transparente e direcionada.

6. Notificações Obrigatórias (Legais e Regulatórias)

  • ANPD (LGPD): Notifique em caso de dados pessoais comprometidos.

  • Reguladores Setoriais: Bancos, saúde e energia têm exigências adicionais.

  • Polícia: Em casos de extorsão ou roubo de propriedade intelectual.

7. Notificações Externas e Internas

  • Clientes: Informe sobre o incidente e medidas tomadas.

  • Funcionários: Oriente sobre redefinição de senhas e cuidados extras.

  • Parceiros: Avise fornecedores e terceiros impactados.

💡 Boa prática: Tenha modelos de comunicação pré-aprovados para agilizar respostas sem erros.

Fase 4: Recuperação e Lições Aprendidas

Após eliminar a ameaça, foque em restaurar operações e fortalecer defesas.

8. Restauração de Sistemas

  • Backup Confiável: Use cópias limpas e isoladas.

  • Testes: Valide integridade antes de colocar sistemas online.

9. Pós-Incidente e Lições Aprendidas

  • Relatório Final: Documente cronologia, impacto e custos.

  • Revisão do PRI: Atualize processos e treine a equipe.

💡 Boa prática: Realize simulações periódicas de ataques (tabletop exercises) para treinar a resposta.

Fase 5: Prevenção e Cultura de Segurança (Expansão Extra)

Um incidente deve ser visto como oportunidade de evolução.

  • Treinamento Contínuo: Capacite funcionários contra phishing e engenharia social.

  • Monitoramento Proativo: Implante SOC (Security Operations Center) ou MSSP (Managed Security Service Provider).

  • Automação: Use ferramentas de resposta automática (SOAR).

  • Cultura Organizacional: Segurança não é só da TI, é responsabilidade de todos.

Conclusão

A chave do sucesso é ter um Plano de Resposta a Incidentes (PRI) bem definido, testado e atualizado. Quando o “bicho pega” na sua TI, a diferença entre caos e controle está na preparação

Por Dário Brito

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